quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Sobre 007 e hamburgers

O bom de estar em NY é que quando você anda nos lugares mais badalados da cidade, em vez de esbarrar com a Suzana Vieira ou com a Luana Piovanni, você pode dar a sorte de esbarrar com o Woody Allen, com o George Clooney. Ou com o com o Sean Connery. Aconteceu comigo anteontem. Tá bom, na verdade não foi comigo, foi com meu primo. Com a mulher do meu primo, vai, dá no mesmo. É que quando acontece uma coisa legal com algum conhecido dá muita vontade de dizer que foi com a gente. Então pronto, vou dizer, ninguém vai saber mesmo. Só você. E você não vai fazer a maldade de me delatar pra todo mundo, vai?
Então, fica assim a história: eu estava no restaurante quando ouvi o 007 pedindo um hamburger. Virei e era ele. Ao meu lado. Lindo como nunca. Como sempre. Essa gente de Hollywood, sei lá, não dá pra acreditar que eles existem mesmo. 
Eu queria uma foto, um autógrafo, qualquer coisa. Nunca entendi muito bem o que significa um autógrafo, mas ali fez todo o sentido. Eu precisava provar que uma vez na vida, eu estive no mesmo lugar, comendo o mesmo hamburger que o Sean Connery.
Ele pediu a conta, eu fiz o mesmo. Quem sabe na espera pelo táxi, quem sabe ali eu poderia puxar um assunto. Uma vez na vida nós dois, eu e Sean, estaríamos numa mesma situação chata, e situações chatas unem as pessoas. "E esses táxis que nunca param na chuva...", eu diria. E ele responderia algo como "Os taxistas de NY são péssimos..". Essa foi uma fala bem ruim, ainda mais para o Sean Connery, ele provavelmente falaria algo muito mais interessante. Talvez ele até me desse um fora e tomar um fora dele já seria uma história para contar.
Eu poderia dizer para todo mundo "Sean Connery? Um antipático." Adoro quando as pessoas fazem esse tipo de comentário sobre gente famosa, julgando a criatura por aquele um segundo, por aquele único encontro.
Eu levantei, ele ia levantar também. Fui andando para a porta, ele já viria. Ali começaria uma inusitada amizade ou quem sabe um grande amor. Eu ia aparecer na Caras, Sean Connery com sua esposa brasileira. E a gente ia rir do tempo que era só uma fã querendo o autógrafo dele. Essas coisas acontecem, não acontecem?
Mas não aconteceu. Em vez de ir embora ele sentou outra vez e deu pra conversar com a garçonete. O táxi demorou e aquela conversa com a menina não acabava nunca.
Meu táxi chegou. Fui embora e Sean ficou. E esse foi o fim da história.
Pelo menos agora eu posso falar com toda propriedade: "Sean Connery? Um amor de pessoa." 
O cara ficou a noite toda conversando com a garçonete e não é qualquer James Bond que faria isso.

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